No dia em que se comemora o Dia Mundial da Água, a Prefeitura de Maués (a 253 quilômetros de Manaus) lança um ambicioso programa de combate ao desperdício do recurso no município, que segundo dados do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) local, atinge o índice de 66% do total de 5,4 milhões de metros cúbicos captados, tratados e distribuídos anualmente para os mais de 30 mil moradores que residem na sede da Terra do Guaraná.
Os dados representam mais que o dobro tolerável por organizações internacionais (entre 20% a 30%) e muito superior à média nacional de 41% divulgada pela Agência Nacional de Águas (ANA), e são provocados principalmente por ligações clandestinas na rede (gatos), mau uso residencial e falta de manutenção da rede pública, que no caso de Maués, ficou mais de uma década paralisada sem receber investimentos, manutenção e projetos de ampliação.
“Desde janeiro de 2017 estamos correndo atrás do passivo herdado com a aquisição de novos equipamentos e a substituição de canos, bombas e caixas de água em todos os bairros da cidade e também nas comunidades da Zona Rural. Mas além das obras é necessário atuar em novas frentes junto à população”, explicou o prefeito Junior Leite.
Entre as ações previstas estão a implantação do Conselho e do Fundo Municipal de Saneamento Básico, campanhas educativas institucionais nos canais de comunicação e redes oficiais da prefeitura, palestras para os alunos da rede municipal de ensino e ampliação das fiscalizações em casas e no comércio em geral.
Ainda de acordo com Junior Leite, está em fase final a contratação, via Programa de Saneamento Integrado de Maués (Prosai), da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), para prestação de consultoria técnica em diversos setores da rede de abastecimento no município, desde a capacitação de profissionais à cobrança de tarifas, que no município tem alto índice de inadimplência.
Com nove poços operando na sede do município, na zona rural a prefeitura também está realizando uma série de ações que somente nos dois primeiros meses de 2018, já levaram água para 152 famílias de comunidades ribeirinhas.
TEXTO: Marcelo Rocha