Com dois mil indígenas da etnia sateré mawé matriculados na rede municipal de educação em 2017, a Prefeitura de Maués (253 Km de Manaus) realizou durante toda esta semana, o último encontro pedagógico deste ano na comunidade Vila Nova.
A três horas de barco da sede, a comunidade recebeu apresentações das ações desenvolvidas em 2017 e as metas para o próximo ano, entre elas, a implantação de um calendário diferenciado das demais escolas da Terra do Guaraná.
Com aulas bilíngues de segunda a sexta-feira, a Educação Municipal Indígena é realizada em 125 turmas de 50 comunidades, muitas como o Canto do Uiriti, a dois dias de viagem de barco da sede.
Durante o encerramento do encontro, o prefeito de Maués, Junior Leite, afirmou que até dezembro, sete escolas indígenas serão completamente reformadas e receberão novos móveis (carteiras, mesas e armários), além de quadras esportivas.
Para 2018, outras 10 unidades já foram incluídas no programa que vai recuperar e construir as salas de aula de 174 comunidades rurais do município, onde residem 51% dos 60 mil habitantes de Maués.
“Outra meta que vamos implantar no próximo ano, é um projeto de formação e titulação dos professores indígenas.
Atualmente temos 114 professores bilingues, mas a demanda é maior, principalmente para a Educação de Jovens e Adultos (EJA)”, ressaltou o prefeito.
Na avaliação do tuxaua geral de Maués e presidente do Conselho Geral Sateré Mawé, Antônio Tibúrcio Neto, o ano letivo de 2017 foi um marco para a educação indígena na Terra do Guaraná e acredita que novos avanços são necessários para manter a qualidade do ensino.
“Foram muitos anos em que as nossas escolas e estudantes foram abandonados pelo poder público. Mas o cenário mudou em 2017, com a contratação de novos professores, as crianças receberam uniformes, material de estudo e merenda diariamente e também a volta do transporte em voadeiras para os alunos das
aldeias mais distantes”, explicou o tuxaua.